Archives
- American Dream Serialization (Early Chapters)
- Introduction to Jim Chaffee's Studies in Mathematical Pornography by Maurice Stoker
- Introduction to Jim Chaffee's Studies in Mathematical Pornography by Tom Bradley
- Studies in Mathematical Pornography: American Dream Title Page by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 1 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 2 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 3 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 4 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 5 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 6 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 7 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 8 by Jim Chaffee
- Studies in Mathematical Pornography: Chapter 9 by Jim Chaffee
- 01-01-2015
- Modern Tragedy, or Parodies of Ourselves by Robert Castle
- 01-11-2014
- Totally Enchanté, Dahling by Thor Garcia
- 01-04-2014
- Hastini by Rudy Ravindra
- The Satyricon of Petronius Arbiter Volume 5 Translation by W. C. Firebaugh
- 01-01-2014
- Unexpected Pastures by Kim Farleigh
- 10-01-2013
- Nonviolence by Jim Courter
- The Satyricon of Petronius Arbiter Volume 4 Translation by W. C. Firebaugh
- 07-01-2013
- The Poet Laureate of Greenville by Al Po
- The Apocalypse of St. Cleo, Part VI by Thor Garcia
- The Satyricon of Petronius Arbiter Volume 3 Translation by W. C. Firebaugh
- 04-01-2013
- The Apocalypse of St. Cleo, Part V by Thor Garcia
- The Apocalypse of St. Cleo, Part IV by Thor Garcia
- The Satyricon of Petronius Arbiter Volume 2 Translation by W. C. Firebaugh
- 01-01-2013
- The Apocalypse of St. Cleo, Part I by Thor Garcia
- The Apocalypse of St. Cleo, Part II by Thor Garcia
- The Apocalypse of St. Cleo, Part III by Thor Garcia
- The Satyricon of Petronius Arbiter Volume 1 Translation by W. C. Firebaugh
- 10-01-2012
- DADDY KNOWS WORST: Clown Cowers as Father Flounders! by Thor Garcia
- RESURRECTON: Excerpt from Breakfast at Midnight by Louis Armand
- Review of The Volcker Virus (Donald Strauss) by Kane X Faucher: Excerpt from the forthcoming Infinite Grey by Kane X Faucher
- 01-07-2012
- Little Red Light by Suvi Mahonen and Luke Waldrip
- TEXECUTION: Klown Konfab as Killer Kroaked! by Thor Garcia
- Miranda's Poop by Jimmy Grist
- Paul Fabulan by Kane X Faucher: Excerpt from the forthcoming Infinite Grey by Kane X Faucher
- 01-04-2012
- Operation Scumbag by Thor Garcia
- Take-Out Dick by Holly Day
- Patience by Ward Webb
- The Moon Hides Behind a Cloud by Barrie Darke
- The Golden Limo of Slipback City by Ken Valenti
- 01-01-2012
- Chapter from The Infinite Atrocity by Kane X. Faucher
- Support the Troops By Giving Them Posthumous Boners by Tom Bradley
- 01-10-2011
- When Good Pistols Do Bad Things by Kurt Mueller
- Corporate Strategies by Bruce Douglas Reeves
- The Dead Sea by Kim Farleigh
- The Perfect Knot by Ernest Alanki
- Girlish by Bob Bartholomew
- 01-07-2011
- The Little Ganges by Joshua Willey
- The Invisible World: René Magritte by Nick Bertelson
- Honk for Jesus by Mitchell Waldman
- 01-04-2011
- Red's Dead by Eli Richardson
- The Memphis Showdown by Gabriel Ricard
- Someday Man by John Grochalski
- 01-01-2011
- I Was a Teenage Rent-a-Frankenstein by Tom Bradley
- Only Love Can Break Your Heart by Fred Bubbers
- 10-01-2010
- Believe in These Men by Adam Greenfield
- The Magnus Effect by Robert Edward Sullivan
- Performance Piece by Jim Chaffee
- 07-01-2010
- Injustice for All by D. E. Fredd
- The Polysyllogistic Curse by Gary J. Shipley
- How It's Done by Anjoli Roy
- Ghost Dance by Connor Caddigan
- Two in a Van by Pavlo Kravchenko
- 04-01-2010
- Uncreated Creatures by Connor Caddigan
- Invisible by Anjoli Roy
- One of Us by Sonia Ramos Rossi
- Storyteller by Alan McCormick
- 01-01-2010
- Idolatry by Robert Smith
- P H I L E M A T O P H I L I A by Traci Chee
- They Do! by Al Po
- Full TEX Archive
A Boneca - Parte 1
Por Natalia Emery Trindade

A mãe entrou no quarto da filha, que dormia imóvel como uma boneca. Estava na hora de acordá-la para mais um dia mas, se pudesse, esquecer-se-ia, com prazer, de fazê-lo. Seu desejo era deixar a boneca dormir pelo resto da vida, até que, através do sono, esta atingisse a velhice, e morresse, sem nunca ter acordado. E assim, sem acordá-la, tranferir silenciosamente seu corpo pequeno do leito, diretamente para a cova. A lembrança dos anos de vida que a boneca ainda tinha pela frente, começando pelo resto do que sobrava da infância, a adolescência, a vida adulta e parte da velhice, tornavam o gesto do despertar infantil insuportável para a mãe. Como toleraria a presença da boneca até que a morte as separasse? Desejaria acordá-la somente depois que ela própria estivesse morta, e nem então! Seu desejo materno, de brincar de boneca, terminara há muitos anos, desde que a filha deixara de ser um bebê. A boneca independente e de personalidade própria já não era mais interessante.
A mãe juntou todas as suas forças e acordou a boneca com um grito:
- Acorde! Está na hora de levantar!!
A voz ecoou estridente e autoritária nos ouvidos sensíveis da boneca. A boneca abriu seus olhos de gude, e viu o olhar pontiagudo da mãe. Ela parece voltar do mundo dos mortos, pensou a mãe, ao ver o rosto trágico da filha, ausente de vontade de viver, irreal e plástico como a face industrial de uma boneca. Ficou olhando para aquela criatura deitada na cama: um monte de corpo, pedaços articulados de carne, braços e pernas unidos a um tronco. A cabeça era ligada ao pescoço por uma corda interna.
A filha levantou-se e vestiu a roupa que estava preparada sobre a cadeira. Era sua obrigação infantil separar o uniforme da escola na noite anterior. Apareceu pronta na cozinha para o café-da-manhã. Como uma boneca que ficara anos esquecida numa caixa de brinquedos velhos, seus cabelos tinham emaranhados antigos. A mãe irritou-se e gritou:
- Você esqueceu outra vez de pentear o cabelo!
- Eu penteei, mãe, eu juro, defendeu-se a boneca.
- Bem, se você chama isso de pentear!
A mãe aproximou-se da filha, agarrou-a pelo braço, enfiando as unhas vermelhas na carne dura, e arrastou-a até o banheiro. Abriu o armário do espelho com força, e tirou de dentro um pente de plástico, cujos dentes forçou entre fios de nylon do cabelo da boneca.
- Aaaaiiiiii! reclamou a boneca, como se a tivessem virado de cabeça para baixo.
- Cala a boca!
Com uma mão dominadora e opressante, para manter a firmeza da cabeça, a mãe forçava a descida dos dentes do pente, que emperravam nos nós do cabelo. O couro cabeludo da menina ardia, mas a mãe ignorava que bonecas pudessem sentir dor.